sexta-feira, 23 de março de 2012

A moda no século XX


     Após a Belle Époque ocorreu em 1914 a Primeira Guerra Mundial, que transformou radicalmente os hábitos anteriores sendo que, com a ausência da figura masculina, impulsionou-se a emancipação feminina. Os espartilhos e as roupas volumosas foram descartados e substituídos por saias extremamente justas e soutiens. Coco Chanel aparece pela primeira vez em 1915 desenhando tailleurs, roupa composta de blazer e saia lápis.
        A década de 20 é conhecida como os “loucos anos 20”, caracterizada por ser uma época de euforia com grandes mudanças de mentalidade e a emancipação feminina. Como consequência, as mulheres ficaram mais ousadas, deixando de lado os vestidos compridos e os substituindo por saias que iam até o joelho. A maquiagem e o cigarro passaram a ser permitidos. A estilista Coco Chanel se afirmou, com cortes retos, capas, colares compridos e cabelos curtos, criando o estilo "melindrosa". Além disso, temos o surgimento do "pretinho básico" em 1926, ano em que a revista "Vogue" publicou uma ilustração do vestido criado por Chanel. Mas, essa euforia dos anos 20 acabou no dia 29 de outubro de 1929 devido a queba Bolsa de Valores de Nova York.


      A década de 30 começa com a crise financeira decorrente da queba da bolsa em 1929. As atrizes de Hollywood se tornaram "divas" e, ao contrário do que se era esperado, a moda refletia sofisticação e glamour. Os vestidos diurnos se mantém no mesmo comprimento, enquanto que os vestidos de noite são longos. As formas femininas voltaram a receber destaque, principalmente as costas, utilizando tecidos como cetim e seda. Há também a necessidade de se ter a pele mais bronzeada, surgindo assim looks para ir as praias, como as calças pantalonas criadas por Coco Chanel. Além das idas a praia, a moda começou a incluir o traje esportivo, com saiotes de praia menores e decotes mais acentuados. Os óculos escuros ganharam grande destaque sendo muito usados pelas estrelas de cinema e da música. Outro marco dessa época foi o surgimento das sandálias de plataforma.


        No final da década de 30 iniciou a Segunda Guera Mundial que influenciou a moda no sentido de masculinizar o vestuário feminino. Nos anos 40 ocorre uma recessão a nível mundial e era necessário procurar tecidos alternativos como as fibras sintéticas e o tweed, muito utilizado nessa época. As roupas femininas utilizavam duas peças: saias, mais justas, curtas e preguiadas, e um casaco simples. Surgiram acessórios como turbantes e redes, principalmente por questão de segurança e higiene para a classe operária. O sapato de salto é difundido através da imagem de Carmen Miranda, uma pessoa muito influente na moda nessa época. As meias finas foram substituídas pelas meias soquetes, devido a falta de tecido no mercado. Durante a guerra, o "ready-to-wear" (pronto para usar), forma de produzir roupas de qualidade em grande escala, realmente se desenvolveu e também os catálogos de venda por correspondência.


           Em 1947 surge o “New Look de Dior” que dita um novo modelo que permanece nos anos 50 e é caracterizado pela cintura marcada, saias rodadas na altura do calcanhar, sapatos de salto alto e bico fino, os chapéus com grandes abas, luva e bijuterias. 


        Os anos 50 são os "anos dourados" marcados pelo luxo e glamour, época do clímax da alta costura. Paris recupera seu status na indústria e ainda hoje é conhecida como a "capital da moda". Mas, na década de 50 a Inglaterra e os Estados Unidos também possuem sua próprias indústrias e criam seus próprios estilos. A moda jovem americana contava com calças compridas, justas na altura das canelas, usadas com sapatilhas. Mas, também existiam estilos mais ousados que surgem devido a influência do rock, principalmente de Elvis Presley. Nesse período surgiu o estilo colegial, com saias rodadas e sapatos baixos.


        A maquiagem também estava na moda e uma infinidade de produtos para os olhos foram lançados por empresas como Revlon e Helena Rubinstein. Os produtos incluíam sombras, rímel, delineador e lápis para os olhos e sobrancelhas. Os penteados podiam ser coques ou rabos-de-cavalo e os cabelos ficaram mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas. Grace Kelly, Rita Hayworth e Audrey Hepburn foram grandes influências nessa década e se caracterizavam pela naturalidade, jovialidade, estilo sensual e fatal. Temos também as pin-ups americanas, loiras e com seios fartos. Mas, os dois grandes ícones de beleza da década de 50 foram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot.


        Na década de 60 temos a expansão espacial onde pela primeira vez o homem pisa na lua e também verificamos manifestações dos jovens. Nesse contexto, a moda é influenciada pelo futurismo e jovialidade.  Enquanto a moda francesa continua muito sofisticada, a moda americana e inglesa aparece rebelde e inovadora. Nesse período que surgem as mini-saias e os mini-vestidos, criação de André Courréges. Inspirado no futurismo, surgem os macacões de malha e calças ainda mais justas. 

      
        Paco Rabanne introduz placas de metal, arames e alicates nas roupas para proporcionar um look mais futurista. Os Beatles também influenciam a moda juvenil, utilizando muitas cores e estampas. Surgem também os hippies vestindo-se de forma simples e desleixada através de roupas artesanais e bordadas, calças "boca de sino" e bijuterias confeccionadas por eles mesmos. 


        Os anos 70 iniciaram-se com as características que foram trazidas da segunda metade dos anos 60 da moda Hippie. A luta contra o racismos influenciou a moda desse período, como os cabelos "black-power". Surgiu o estilo "new romantic" que tinha como características estampas florais e vários acessórios. Com a crise do petróleo os tecidos deixaram de ser sintéticos e foi criada a Première Vision, uma feira realizada ainda hoje na França com o objetivo das indústrias têxteis exporem os seus lançamentos. O movimento Glam foi uma extravagante proposta aos jovens ligados ao mundo da música, tendo como principais exemplos David Bowie e Elton John, caracterizado por botas de cano alto com saltos plataforma e tudo brilhante e exagerado.
      As camurças e as franjas estavam em alta, bem como o estilo safari. As saias e calças passaram a ter a cintura baixa e os sapatos eram de camurça e sandálias de plataforma. Nessa época apareceram os punks devido ao movimento feito por jovens desempregados que usavam roupas pretas com tachas e correntes, calças rasgadas e brincos. No final da década surgiu uma nova proposta que diferenciava as pessoas através do que elas vestiam, surgindo assim um novo conceito, “griffe”, que tem como significado garra e criou-se a moda acessível para todos os grupos sociais.


        Nos anos 80 os opostos passaram a ser a grande característica da época e ainda hoje é a marca do século XXI. Criou-se uma multiplicidade tão grande que a moda deixou de ter apenas uma única vertente passando a ter várias. No Brasil, apareceram os góticos, com um aspecto mais romântico que os punks. Já em Paris, os japoneses que lá se estabeleceram criaram uma moda "limpa", baseando-se na filosofia zen, tendo como destaque o estilista Kenzo. Surge então o slogan "less is more" (menos é mais).
        Os “yuppies” (Young Urban Professional Persons ou Jovens Profissionais Urbanos) eram jovens bem posicionados financeiramente que valorizavam o chique, vestindo-se com roupas de qualidade. Um dos ícones dessa nova vertente era o italiano Giorgio Armani. Com a inserção feminina no mercado de trabalho a utilização de ombreiras e tailleurs passaram a ser marcantes, fruto da masculinização do vestuário feminino.
        Em oposição ao minimalismo japonês, Jean-paul Gaultier voltou com a exuberância das roupas, focando em aspectos étnicos e mesclando roupas femininas e masculinas, privilegiando um novo slogan: "more is more". Como em todas as décadas anteriores, há grande influência dos artistas da época e, no caso da década de 80, temos como símbolos Prince, Madonna e Michael Jackson. A "disco" tem muito impacto na moda, evidenciando brilho e glamour nas roupas, voltando os vestidos de baile e valorizando a aeróbica.


        A liberdade de vestir é a maior característica dos anos de 1990. Surge a moda grunge, que se baseava na utilização de roupas sobrepostas, com tamanhos superiores, tecido de flanela, padrão xadrez e camisa amarrada na cintura. Além desses, surgiram também os clubbers, drag queens, cybers e ravers.
        Na Itália, o grande nome foi Gianni Versace que utilizava bastante os dourados e os estampados, mas desta vez de uma maneira mais extravagante e sensual. As marcas já conceituadas também ganharam uma nova cara tendo como destaque Chanel com a contratação de Karl Lagerfeld, e outras como Dior, Givenchy, Prada, Gucci, Saint-Laurent, Kenzo que contrataram gente nova para promoverem as suas marcas.

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