Com o desenvolvimento das cidades e a organização da vida das cortes, o conceito de moda apareceu no século XV, final da Idade Média e princípio da Renascença, na corte de Borgonha, atualmente parte da França. Neste período temos como símbolo da moda feminina a cotehardie, vestido que surgiu em meados do século XIV. A nobreza a utilizava com as mangas abertas ou penduravam fitas, enquanto que as classes trabalhadoras só usavam a cotehardie com meia manga.
No século XVI a moda européia foi muito influenciada pela corte espanhola. No início do século, o vestuário na Europa era caracterizado pelas roupas volumosas com diversas camadas onde as mangas tinham grande destaque. A silhueta da roupa medieval com linhas altas e estreitas foi substituída por uma silhueta ampla, cônica para as mulheres e quadrada para os homens. A nobreza feminina usava chapéus altos e vestidos decorados e apertados, realçando o busto. Da metade do século XVI até o seu fim, as roupas femininas ficaram cada vez mais volumosas e o “ruff”, acessório utilizado em volta do pescoço, ganhou mais destaque.
Debaixo da vestimenta, era utilizada a chemise, com o objetivo de proteger a pele do corpete e a roupa do suor. A linha da cintura era localizada no centro do corpo e utilizavam-se os corpetes e as farthingales (armação de metal para saias).
O primeiro grande ícone de moda surgiu no século XVII, foi Luís XIV e através dele a França tornou-se o grande cenário ditador da moda.
Os “ruffs” foram gradualmente substituídos por laços ou colares de linho. As mangas se tornaram mais cheias e posteriormente diminuíram para mostrarem as volumosas mangas das chemises. São características desse período a linha da cintura mais alta, sapatos de salto alto, corpetes com decote em V enfeitados com golas grandes e rendadas, saias franzidas e muito decoradas.
No século XVIII, temos a imagem de Maria Antonieta associada a esse período, com roupas extravagantes e muito decoradas.
No início do século XIX, as camadas e o volume característico do traje feminino nos séculos anteriores foram reduzidos, deixando-se de lado os espartilhos e as farthingales. Surgiu o chamado vestido império, vestido longo, de cintura alta e transparente. Percebemos nesse período grande influência do Romantismo.
Se tornou comum acrescentar aos trajes femininos peles, plumas e bordados com desenhos que remetiam a natureza, como flores e insetos. O decote ficou mais baixo e, por um breve período, as mangas ficaram curtas ou inexistentes, mas, posteriormente, as mangas receberam um enchimento e voltaram a se assemelhar a aquelas usadas no século XVII. Ainda no início do século XIX, voltaram a utilizar rendas e babados, além de xales e mantas.
Na Era Vitoriana (1837-1901) prevalece o recato feminino. O espartilho é utilizado visando moldar o corpo feminino, demonstrado-o com fragilidade. Além disso, voltam as roupas pesadas e saias com armações. O período compreendido entre o final do século XIX até por volta de 1914 é chamado de Belle Époque, onde havia grande progresso econômico e político na Europa. De 1901 a 1914 temos também a Era Edwardiana, devido ao governo do Rei Edward VII na Inglaterra.
A Belle Époque é caracterizada pelo luxo, mas muito restrito, tornando as diferenças sociais muito marcantes. A moda dessa época tinha a influência do Art Nouveau, corrente artística caracterizada por curvas e embelezamento. As roupas tornavam o corpo feminino semelhante a uma ampulheta e, de perfil, a silhueta era em “s”, devido ao uso de corpetes e espartilhos. As roupas eram excessivamente românticas e fluidas contando com vários detalhes como plissados, bordados e aplicações de renda, as saias tinham uma forma de sino e os decotes eram muito enfeitados. O guarda-sol e grandes chapéus luxuosos tornaram-se acessórios indispensáveis no cotidiano.
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